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The Complete Adventures of Charlie and Mr. Willy Wonka, Roald Dahl



Roald Dahl é o autor de inúmeras clássicos infantis do século XX. Títulos como Matilda, O Fantástico Senhor Raposo, James e o pêssego gigante, As Bruxas (adaptado como Convenção das Bruxas para o cinema) e, claro, A Fantástica Fábrica de Chocolate (sobre a qual esta resenha se trata) são só algumas de suas obras, então já tem como se ter uma ideia de como esse autor foi importante para a literatura infantil. Foi por tudo isso que resolvi lê-lo? Não exatamente. Uma curiosidade aleatória sobre minha vida é que minha mãe é apaixonada pela versão de 1971 de A Fantástica Fábrica de Chocolate, então foi um filme que reassisti inúmeras vezes e tem também um lugar especial no meu coração. E claro que eu precisava conhecer o original. Comprei a edição durante meu intercâmbio e fiquei satisfeita por trazer a continuação da história. Mas vou deixar o papo de lado e trazer minhas opiniões sobre os livros.


Em Charlie and the chocolate factory (A Fantástica Fábrica de Chocolate), conhecemos Charlie, que é um garotinho pobre que mora em um barraquinho com seus pais e quatro avós. Eles não possuem comida suficiente para todos, então muitas vezes os adultos precisam se sacrificar para conseguir alimentar a criança e mesmo assim não é o bastante. Então Charlie aprendeu da pior forma que precisa ser grato por toda comida que recebia, principalmente a coisa mais especial: a barra de chocolate Wonka que ganhava de presente em seu aniversário. A Fábrica de chocolate Wonka (com sua sede na cidade em que esta história se passa) é um grande fascínio e mistério. Depois que as incríveis receitas de Mr Willy Wonka foram roubadas por espiões, a fábrica ficou fechada por anos, até que inesperadamente voltou a funcionar, mas com um porém: ninguém era visto entrando ou saindo e as únicas coisas que deixavam as paredes da fábrica eram as caixas de chocolate direto para os caminhões de transporte. Ninguém sabia quem estava trabalhando ali dentro, só viam sombras de pessoas muito pequenas, então claro que a curiosidade só aumentava. E então Willy Wonka decide fazer algo mágico: distribuir ao redor do mundo cinco cupons dourados. Estes prometiam às crianças que as encontrassem um passeio pela tão misteriosa fábrica e um suprimento vitalício de chocolates Wonka. Começou então a febre atrás desses cupons. Com toda a magia no ar, Charlie e sua família, principalmente seu avô Joe, se enchem de esperança e, mesmo que só pudessem comprar uma barra no aniversário do garoto (e outra que vovô Joe comprou com suas economias), o sonho não morreu no coração da criança. E claro que como Charlie é nosso protagonista, ele iria conseguir o cupom de alguma forma para prosseguimos com a história. Enfim, todos os cupons achados (4 deles por crianças bem mimadinhas) e então começa de verdade nossa aventura mágica no mundo do chocolate.


Quem conhece a história, sabe que A Fantástica Fábrica de Chocolates não é exatamente o tipo de história que vemos contadas para crianças, ela tem uma vibe bem maluca, quase como Alice no País das Maravilhas, mas um pouco mais sinistra se levar em conta as crianças quase morrendo. O livro é parecido com as adaptações (principalmente a primeira) e conhecemos um pouco mais sobre Charlie, principalmente, mas seus personagens são rasos feito poças, o que não é um grande problema dentro da obra, já que eles servem exclusivamente para uma coisa: ensinar as crianças a se comportarem e quais comportamentos precisam ser reprovados. Ser super mimado, ter uma péssima alimentação (aqui a gente tem um toque bem gordofóbico, mas a gente finge que o autor estava falando só sobre ter uma alimentação saudável), mascar chiclete o dia inteiro, assistir à TV o dia inteiro e reproduzir tudo o que vê nela etc; são só algumas das falhas que o autor parece querer ensinar às crianças a não cometerem. Levando a época em que foi publicado (1964), até entendo o tom do autor e a forma como a crítica foi feita, mas hoje em dia ela soa muito moralista e um pouco vazia. Pelo menos, ele não coloca a culpa do mau comportamento só nas crianças, como também em seus pais, o que é um bom ponto a se levantar. De modo geral, foi uma história divertida de acompanhar, ainda mais por me lembrar minha infância. Eu particularmente adoro o personagem do Willy Wonka e como ele é meio surtado das ideias, mas o de Charlie deixou um pouco a desejar, já que ele é perfeitinho demais (diferente do primeiro filme, onde ele é um bom garoto, mas também comete erros). Mas de modo geral, entendo o sucesso que essa história faz, principalmente por toda a graça que a grande fábrica, os Woompa Loompas e Willy Wonka são. (Não vou entrar no mérito da questão dos Woompa Loompas e como a situação de trabalho deles é bem problemática porque isso precisaria de mais pesquisa e espaço).


Agora sobre a continuação… Bem…


No fim do primeiro livro, Willy Wonka, Charlie e vovô Joe estão no elevador de vidro (voador) de Mr Wonka, indo buscar a família do garoto. Depois de convencer aos trancos e barrancos os outros avós a entrarem no elevador, eles voltam para a fábrica, mas um acidente acontece e eles saem de órbita. Aqui a história começou a desandar para mim. Os Estados Unidos está no mesmo momento inaugurando um hotel no espaço, mandando o Staff e transmitindo tudo para o mundo. Mas então eles se deparam com uma “nave” transparente com oito pessoas dentro, sendo uma delas uma criança, e uma cama pousando no hotel e então o caos se instaura. As coisas pioram quando uma sociedade alienígena super mortal é descoberta dentro do hotel e eles precisam achar um jeito de fugir dali.


Eu estava ansiosa para a continuação, mas Charlie and the Great Elevator (Charlie e o grande elevador de vidro) é um balde de água fria. Uma parte dele se passa dentro da Fábrica de Chocolate, mas é uma coisa completamente diferente. O bom é que conhecemos um pouco mais da fábrica, mas não entendi muito a motivação. Nem no início, nem no final. Parecem duas histórias diferentes mescladas que nem ao menos parecem continuação do primeiro livro. Focam muito nos avós do Charlie e eles funcionam bem como as crianças do primeiro livro, mas são bem mais insuportáveis e terminam praticamente da mesma forma que começaram. Sendo bem sincera, gostaria de fingir que A Fantástica Fábrica de Chocolate não tem uma continuação. Outro ponto que me incomodou muito foi a xenofobia contra os chineses.


Agora minhas considerações finais sobre ambos os livros: eu gostei do estilo de Dahl, me lembra muito uma criança contando histórias e como o mundo se torna um universo completamente diferente que nem sempre faz sentido para os adultos. O primeiro volume foi o meu favorito e gostei muito de lê-lo, mesmo com os pontos levantados. Já o segundo não vou comentar mais sobre kkkkk

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Por Menina Jasmim

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